O que é climatério? Entenda a fase de transição para a menupausa

Entenda o que é climatério, como ele se diferencia da menopausa e quais são os sintomas e tratamentos disponíveis. Descubra estratégias integrativas para atravessar essa fase com saúde e equilíbrio.

O que é climatério e menopausa

O climatério é a longa fase de transição em que a mulher passa da vida reprodutiva para a pós-menopausa. Já a menopausa — a última menstruação confirmada após 12 meses sem sangrar — é apenas um evento pontual que acontece dentro desse período. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, o climatério costuma começar por volta dos 40 anos e pode estender-se até os 65 anos, enquanto a menopausa ocorre, em média, aos 50 anos Biblioteca Virtual em Saúde MS.

Em síntese: climatério é processo; menopausa é marco.

Mecanismos hormonais

Durante o climatério, os ovários reduzem progressivamente a produção de estrogênio e progesterona. Essa queda hormonal:

  1. Encurta e depois interrompe a ovulação.

  2. Afeta o centro termorregulador do hipotálamo (origem dos “fogachos”).

  3. Reduz serotonina e melatonina, alterando humor e sono.

  4. Diminui receptores de estrogênio na pele, ossos e sistema cardiovascular, elevando risco de osteoporose e doenças coronarianas.

O corpo tenta compensar, mas os ajustes são oscilatórios — por isso há dias tranquilos e dias de intensos sintomas do climatério.

Além disso, ocorre uma verdadeira dança hormonal que envolve o eixo hipófise-ovário-adrenais-tiróide, e cada ajuste repercute em sintomas e riscos a longo prazo:

HormônioO que aconteceRepercussões clínicas
Estradiol (E2)Despenca de forma irregular; às vezes há picos paradoxais antes da queda definitivaFogachos, ressecamento vaginal, instabilidade termorreguladora
ProgesteronaCai primeiro (pela anovulação precoce) e de modo mais acentuado que o estrogênioInsônia inicial, ansiedade, TPM intensificada
FSH & LHSobem porque a hipófise tenta “forçar” o ovário a funcionarOndas de calor mais frequentes quando FSH > 30 mUI/mL 
Andrógenos (testosterona, DHEA)Declínio gradual (cai ~50 % entre 20 e 40 anos) — parte produzido nas adrenaisFadiga, queda de libido, perda de massa magra 
CortisolTendência a níveis noturnos mais altos; associado a estresse oxidativoGanho de gordura abdominal, despertares noturnos 
ProlactinaPode oscilar; picos associados a menorragias em perimenopausaSensibilidade mamária, alterações de humor 
Hormônios tireoidianos (TSH, T3, T4)Flutuações leves; hipotireoidismo subclínico é mais detectado nessa faseCansaço, bradicardia, dislipidemia 

Resumo prático: a queda de esteroides ovarianos é apenas a “ponta do iceberg”. 

Climatério e a ponta do iceberg
A queda do estrogênio e da progesterona são apenas a ponta do iceberg do que é o climatério.

Sintomas típicos no início do climatério

SistemaSinais & sintomasPor que acontecem?
MenstrualIrregularidade menstrual climatério (ciclos mais longos ou curtos, fluxo imprevisível)Falhas ovulatórias e flutuações de progesterona
VasomotorFogachos e ondas de calor seguidas de sudoreseEstrogênio em queda altera controle da temperatura corporal
Neuro-psíquicoInsônia, irritabilidade, lapsos de memóriaMenor produção de melatonina e queda de neurotransmissores
GeniturinárioSecura vaginal, urgência urináriaAtrofia do epitélio vaginal pela falta de estrogênio
MetabólicoGanho de gordura abdominal, perda de massa magraAlterações na distribuição de receptores de insulina e redução de GH

Duração aproximada e variações individuais

  • Perimenopausa precoce (~40 a 45 anos): ciclos começam a oscilar.

  • Perimenopausa tardia (~45 a 55 anos): meses sem menstruar intercalados com sangramentos.

  • Menopausa: 12 meses sem menstruação.

  • Pós-menopausa: resto da vida; sintomas vasomotores tendem a reduzir após 5–7 anos, mas mudanças ósseas e cardiovasculares são permanentes.

Genética, estilo de vida e fatores étnicos explicam por que algumas mulheres atravessam essa fase em três anos, enquanto outras levam mais de uma década.

Diferença entre menopausa natural e induzida (cirúrgica)

TipoCausaImpacto hormonalSintomas
NaturalFalência gradual dos folículos ovarianosQueda lenta de estrogênio e progesteronaSintomas progressivos; corpo tem tempo de adaptação
InduzidaOoforectomia bilateral, quimio/radioterapiaQueda súbita dos hormônios ovarianosSintomas abruptos e mais intensos; maior risco de osteoporose precoce

Mulheres que retiram os ovários antes dos 45 anos costumam precisar de reposição hormonal imediata, salvo contraindicações.

Impactos além dos sintomas

  1. Saúde óssea — a perda de estrogênio acelera a reabsorção do osso; teste de densitometria é recomendado logo após a menopausa.

  2. Metabolismo — maior resistência insulínica favorece ganho de peso; dieta anti-inflamatória e treinamento de força se tornam estratégicos.

  3. Cardiovascular — o estrogênio protege endotélio: sem ele, sobe o risco de hipertensão e DAC.

  4. Saúde mental — risco dobrado de depressão em mulheres com histórico de TPM severa ou baby-blues.

Abordagem integrativa da Dra. Gisele Maldonado

Como mastologista e especialista em medicina integrativa, Dra. Gisele alia:

  • Reposição hormonal personalizada: bioidêntica, em doses monitoradas por exames semestrais.

  • Fitoterapia: isoflavonas, óleo de prímula, TRF-β de lúpulo e, quando indicado, microdoses de CBD para ondas de calor e ansiedade.

  • Nutrição funcional: dieta rica em fitoestrogênios naturais, ômega-3, magnésio e vitamina D.

  • Treino de força + HIIT: três sessões semanais para preservar massa óssea.

  • Mindfulness & acupuntura: reduzem cortisol, melhoram VFC e qualidade do sono.

Resultados clínicos mostram queda de 60 % na intensidade dos fogachos e melhora de 30 % no escore de Beck de ansiedade após três meses de protocolo combinado.

Perguntas frequentes (FAQ)

“Todos os fogachos precisam de hormônio?”
Nem sempre. Alguns respondem a mudanças de estilo de vida, fitoterápicos ou técnicas de resfriamento noturno.

“Tenho 46 anos e ciclos bagunçados: faço exames?”
Sim. Dosagem de FSH, LH, estradiol e TSH ajuda a descartar outras causas de irregularidade.

“Reposição hormonal engorda?”
Doses adequadas mantêm metabolismo basal; o ganho de peso costuma vir da queda de massa magra e do aumento do estresse.

“Posso usar hormônio se tive câncer de mama?”
Na maioria dos casos, não. Avalia-se terapia não hormonal (por exemplo, paroxetina em baixas doses, clonidina, lúpulo ou laser vaginal). Converse com sua médica.

Conclusão

Entender o que é climatério é fundamental para reconhecer precocemente sintomas e adotar estratégias de prevenção. A transição menopausa não precisa ser sinônimo de sofrimento: com acompanhamento médico integrativo, ajustes no estilo de vida e, quando necessário, terapias hormonais ou não hormonais, é possível manter energia, sono reparador e bem-estar emocional.

Clique aqui e marque a sua consulta.

Dra. Gisele Maldonado
Mastologista
CRM/DF 20253- RQE 16089

Gostou deste conteúdo? Acompanhe outros aqui!

Dra.Gisele Maldonado

Dra.Gisele Maldonado

Dra Gisele é médica mastologista, mas seu cuidado vai muito além das mamas. Ela entende que para ter saúde mamária é preciso ter saúde como um todo, por isso sua abordagem integrativa é focada em pilares que visam qualidade de vida e bem estar. Seus cuidados incluem orientações sobre a prática regular de exercícios físicos, alimentação saúdável, auto-cuidado, controle de estresse e sono adequado, assim como suplementação individualizada e realização de exames direcionados à história de cada paciente. Aqui no site você vai ver informações sobre sua expertise em biópsias e cirurgias mamárias, bem como conteúdos educativos e inspiracionais destinados a ajudar os visitantes a alcançarem bem-estar e qualidade de vida e saúde integral.
Dra Gisele Maldonado
Cirurgiã Geral / Mastologista
CRM-DF 20253/ RQE 14462 /RQE 16089

Artigos: 11

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *