O que é climatério e menopausa
O climatério é a longa fase de transição em que a mulher passa da vida reprodutiva para a pós-menopausa. Já a menopausa — a última menstruação confirmada após 12 meses sem sangrar — é apenas um evento pontual que acontece dentro desse período. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, o climatério costuma começar por volta dos 40 anos e pode estender-se até os 65 anos, enquanto a menopausa ocorre, em média, aos 50 anos Biblioteca Virtual em Saúde MS.
Em síntese: climatério é processo; menopausa é marco.
Mecanismos hormonais
Durante o climatério, os ovários reduzem progressivamente a produção de estrogênio e progesterona. Essa queda hormonal:
Encurta e depois interrompe a ovulação.
Afeta o centro termorregulador do hipotálamo (origem dos “fogachos”).
Reduz serotonina e melatonina, alterando humor e sono.
Diminui receptores de estrogênio na pele, ossos e sistema cardiovascular, elevando risco de osteoporose e doenças coronarianas.
O corpo tenta compensar, mas os ajustes são oscilatórios — por isso há dias tranquilos e dias de intensos sintomas do climatério.
Além disso, ocorre uma verdadeira dança hormonal que envolve o eixo hipófise-ovário-adrenais-tiróide, e cada ajuste repercute em sintomas e riscos a longo prazo:
Hormônio | O que acontece | Repercussões clínicas |
---|---|---|
Estradiol (E2) | Despenca de forma irregular; às vezes há picos paradoxais antes da queda definitiva | Fogachos, ressecamento vaginal, instabilidade termorreguladora |
Progesterona | Cai primeiro (pela anovulação precoce) e de modo mais acentuado que o estrogênio | Insônia inicial, ansiedade, TPM intensificada |
FSH & LH | Sobem porque a hipófise tenta “forçar” o ovário a funcionar | Ondas de calor mais frequentes quando FSH > 30 mUI/mL |
Andrógenos (testosterona, DHEA) | Declínio gradual (cai ~50 % entre 20 e 40 anos) — parte produzido nas adrenais | Fadiga, queda de libido, perda de massa magra |
Cortisol | Tendência a níveis noturnos mais altos; associado a estresse oxidativo | Ganho de gordura abdominal, despertares noturnos |
Prolactina | Pode oscilar; picos associados a menorragias em perimenopausa | Sensibilidade mamária, alterações de humor |
Hormônios tireoidianos (TSH, T3, T4) | Flutuações leves; hipotireoidismo subclínico é mais detectado nessa fase | Cansaço, bradicardia, dislipidemia |
Resumo prático: a queda de esteroides ovarianos é apenas a “ponta do iceberg”.

Sintomas típicos no início do climatério
Sistema | Sinais & sintomas | Por que acontecem? |
---|---|---|
Menstrual | Irregularidade menstrual climatério (ciclos mais longos ou curtos, fluxo imprevisível) | Falhas ovulatórias e flutuações de progesterona |
Vasomotor | Fogachos e ondas de calor seguidas de sudorese | Estrogênio em queda altera controle da temperatura corporal |
Neuro-psíquico | Insônia, irritabilidade, lapsos de memória | Menor produção de melatonina e queda de neurotransmissores |
Geniturinário | Secura vaginal, urgência urinária | Atrofia do epitélio vaginal pela falta de estrogênio |
Metabólico | Ganho de gordura abdominal, perda de massa magra | Alterações na distribuição de receptores de insulina e redução de GH |
Duração aproximada e variações individuais
Perimenopausa precoce (~40 a 45 anos): ciclos começam a oscilar.
Perimenopausa tardia (~45 a 55 anos): meses sem menstruar intercalados com sangramentos.
Menopausa: 12 meses sem menstruação.
Pós-menopausa: resto da vida; sintomas vasomotores tendem a reduzir após 5–7 anos, mas mudanças ósseas e cardiovasculares são permanentes.
Genética, estilo de vida e fatores étnicos explicam por que algumas mulheres atravessam essa fase em três anos, enquanto outras levam mais de uma década.
Diferença entre menopausa natural e induzida (cirúrgica)
Tipo | Causa | Impacto hormonal | Sintomas |
---|---|---|---|
Natural | Falência gradual dos folículos ovarianos | Queda lenta de estrogênio e progesterona | Sintomas progressivos; corpo tem tempo de adaptação |
Induzida | Ooforectomia bilateral, quimio/radioterapia | Queda súbita dos hormônios ovarianos | Sintomas abruptos e mais intensos; maior risco de osteoporose precoce |
Mulheres que retiram os ovários antes dos 45 anos costumam precisar de reposição hormonal imediata, salvo contraindicações.
Impactos além dos sintomas
Saúde óssea — a perda de estrogênio acelera a reabsorção do osso; teste de densitometria é recomendado logo após a menopausa.
Metabolismo — maior resistência insulínica favorece ganho de peso; dieta anti-inflamatória e treinamento de força se tornam estratégicos.
Cardiovascular — o estrogênio protege endotélio: sem ele, sobe o risco de hipertensão e DAC.
Saúde mental — risco dobrado de depressão em mulheres com histórico de TPM severa ou baby-blues.
Abordagem integrativa da Dra. Gisele Maldonado
Como mastologista e especialista em medicina integrativa, Dra. Gisele alia:
Reposição hormonal personalizada: bioidêntica, em doses monitoradas por exames semestrais.
Fitoterapia: isoflavonas, óleo de prímula, TRF-β de lúpulo e, quando indicado, microdoses de CBD para ondas de calor e ansiedade.
Nutrição funcional: dieta rica em fitoestrogênios naturais, ômega-3, magnésio e vitamina D.
Treino de força + HIIT: três sessões semanais para preservar massa óssea.
Mindfulness & acupuntura: reduzem cortisol, melhoram VFC e qualidade do sono.
Resultados clínicos mostram queda de 60 % na intensidade dos fogachos e melhora de 30 % no escore de Beck de ansiedade após três meses de protocolo combinado.
Perguntas frequentes (FAQ)
“Todos os fogachos precisam de hormônio?”
Nem sempre. Alguns respondem a mudanças de estilo de vida, fitoterápicos ou técnicas de resfriamento noturno.
“Tenho 46 anos e ciclos bagunçados: faço exames?”
Sim. Dosagem de FSH, LH, estradiol e TSH ajuda a descartar outras causas de irregularidade.
“Reposição hormonal engorda?”
Doses adequadas mantêm metabolismo basal; o ganho de peso costuma vir da queda de massa magra e do aumento do estresse.
“Posso usar hormônio se tive câncer de mama?”
Na maioria dos casos, não. Avalia-se terapia não hormonal (por exemplo, paroxetina em baixas doses, clonidina, lúpulo ou laser vaginal). Converse com sua médica.
Conclusão
Entender o que é climatério é fundamental para reconhecer precocemente sintomas e adotar estratégias de prevenção. A transição menopausa não precisa ser sinônimo de sofrimento: com acompanhamento médico integrativo, ajustes no estilo de vida e, quando necessário, terapias hormonais ou não hormonais, é possível manter energia, sono reparador e bem-estar emocional.
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Dra. Gisele Maldonado
Mastologista
CRM/DF 20253- RQE 16089
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